melancolia

Às vezes nada faz sentido, como ver um filme de amor e não chorar. A vida corrobora a edificação do sentimento que temos contrário ao nosso espírito. Nada é mais sem importância para o mundo do que chorar sozinho e nada é mais sem razão do que escrever ao acaso. Mas as ações todas que ora fazemos e são incompreensíveis é o que nos torna humanos. Na insabidade que escurece a alma, cai a noite sobre nossa vista e já não há mais possibilidade de pensar com claridade.

Duvido como quem sofre de um mal estar na barriga e me entristeço como se fosse a única pessoa da Terra a chorar. Os dias passam e não consigo entender o mistério que já nos foi revelado anteriormente; tão antes de mim e das coisas que ninguém sabe de quando veio.

Alheio a vontade da alma, só escrevo para passar o tempo. Mas escrevendo me aborreço pela minha falta de talento para escrita e se paro de escrever, então sofro do contrário do que é o momento mais feliz que tenho em mim. Enfim, escrevo para me maltratar e se não o faço fico me martirizando por achar, pretensiosamente, que poderia aproveitar meu pouco tempo de lazer, onde gasto praticamente todas as minhas horas em comiseração, a escrever a grande obra da minha vida.

E como me falta, além do talento, a aptidão para ser mais alguma coisa do que sou, só posso preencher o papel com essas pobres linhas que a neurose presenteia a alma. — Coisa que qualquer paciente de consultório de psicologia poderia fazer durante horas sem gastar um neurônio sequer!

Dá-se então que tudo aquilo que digo, ou penso, ou escrevo é um exercício mental que me cansa e não tem utilidade nenhuma a não ser mediar o interlúdio entre minha insônia e meu sono.

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