homem coisa
Homem estado, homem transformado, homem. Minha divindade está adormecida. Minha nova condição é terra firme. Vem cobrar-me o senhor o trabalho. Distraio-me para que a hora passe, mas o tempo não existe. Arrasto-me de um lado ao outro em busca de chocolates, anestesiador do tempo que não passa, que não existe. Lá fora está um céu de anis, pessoas sorriem porque é sexta-feira; amores vão hoje acontecer, outros irão findar, porém todos buscam a felicidade. Mas ninguém sabe quem é ela. Sou a máquina que uso e que agora digito, o monitor de luz fraca, a placa com problema no circuito, o processador agindo lentamente. O celular, o headphone, o tablet e o relógio que envia fotos não são acessórios, sou eu despedaçado. Essas coisas todas, inúteis no fim das contas, são meu corpo, pé e mão. Os objetos são hoje mais valorizados do que o ser. Dito isto, vou me confrontar carne a carne com o meu próprio ser, durante quarenta minutos diários na academia. É só nessa hora que retiro a malh